quarta-feira, 29 de julho de 2009

um siso, duas vidas

'para longe de mim co'essa broca!'
grita o banguela banhado em sangue
'temo pelo meu maxilar e a bolota
na cara, depois de seco esse mangue'

mas a ciência implacável do doutor
ignora nadalém doutro grito de dor
entra zelosa nas entranhas da gengiva
até tornar vermelha a incolor saliva

a calma agora atende por anestesia
no cosmos que é a boca do humano
cuja carne rósea, exposta em demasia
se entrega cega ao aço inox do tirano

enfim, terminada a pestilenta serenata
tiradentes, paciente, cada qual, um nada

2 comentários:

Roberto Hobold disse...

E tu não querias a cor do sangue?

hydrou

Roberto Hobold disse...

Vou colocar esse, só porque gostei da palavra.

bofatena